O XUKALHO

Blogue para "axukalhar" as memórias...e não só.

domingo, 29 de abril de 2012

PASSOS COELHO EM MOÇAMBIQUE

                                                               


Recado para o SR. Coelho de Massamá e restante séquito governamental !!!  
 
Fui um dos Portugueses que votou em si para Primeiro-Ministro de Portugal. Estou desiludido com V.Exa.! Não se pense porque me tirou na reforma ou porque está dificultando brutalmente a vida dos Portugueses. Nada disso! Isso são "situações" que terá de resolver, para tanto candidatou-se, voluntariamente, a essa tarefa. Sabia para o que ía! Cumpra!
Acabo de ler algures que V.Exa. depositou, em Maputo, um ramo (coroa) de flores em homenagem aos guerrilheiros da independência de Moçambique, especialmente a Josina Machel. É verdade?
Muito bem!!
Como sabe em Maputo há dois cemitérios com militares Portugueses mortos em combate, que dignificaram as suas vidas morrendo em defesa da Pátria Portuguesa. Pensou, durante um brevíssimo segundo, neles? Referiu essa efeméride? Esqueceu-se? Ou teve respeitos humanos? Colocou uma simbólica rosa em memória desses seus compatriotas? Preocupou-se em saber a indignidade que revelam as suas campas? Claro, que não!
Estou envergonhado perante a memória desses meus ex-camaradas militares, com a sua atitude (ou falta dela), Senhor Primeiro-Ministro!
Estou certo que Portugal lamenta !
 
Luis Bento (ex refugiado (1974) de Moçambique na África do Sul)
Não esqueceremos V.Exa(?) na hora da próxima votação, não esqueceremos !!!
 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O LOBO IBÉRICO


Fui hoje surpreendida com uma notícia no Telejornal das 13 H., canal 1 da Radio Televisão Portuguesa, sobre o Lobo Ibérico, espécie em vias de extinção.
A muitos terá passado despercebida pois tudo o que se trate de animais, seres "inferiores" viventes, passa ao largo e não lhes prestam a atenção devida, o que não está certo, não só por razões humanas mas também pelas científicas.

Tratava-se de um Lobo Ibérico, tinha sido salvo de uma armadilha ilegal que lhe tinha dilacerado uma pata ao ponto dos veterinários estarem a tentar tudo para a salvar e depois de devidamente tratado o devolverem ao seu habitat. Iria ser uma tarefa difícil porque como animal selvagem que é, foge do ser humano e deixara de se alimentar mal fora capturado pela equipe. Após os primeiros tratamentos aplicados ao canídeo selvagem, começou-se a notar uma melhoria e a alimentar-se debilmente.

Vivi em África alguns anos, a caça furtiva era e é proibida. Os caçadores eram, por vezes, descobertos pelos guardas florestais armados, que arriscando a vida ainda a praticavam, ou para se aproveitarem dos chifres dos rinocerontes para serem depois transformados em pó, dizendo possuir propriedades afrodisíacas ou para poderem praticar “cuxe-cuxe” = “macumba”, as peles doutros animais eram também vendidas destinando-se a casacos, sapatos e muitos exibidos como troféus de caça. Tudo isto era pago e continuará possivelmente a ser, a peso de ouro por todos os cantos deste mundo em que vivemos.

Se os caçadores eram apanhados, eram presos e muitos nunca mais foram vistos para contarem o que se tinha passado após a detenção. 

Quero com isto dizer que em pleno século XXI mesmo debaixo dos nossos olhos, lá para os lados de Trás-os-Montes, isso continua a acontecer e duma maneira desumana.
“O Lobo em Portugal tem um passado, ainda está presente e merece um futuro”.

Pergunto aos que me estão ler com a frontalidade que me é peculiar, que herança vamos deixar aos nossos Filhos, Netos e gerações vindouras se começarmos a exterminar os linces, as baleias e tantos outros animais que tem milhões de anos de existência e dos quais descendemos??

Vamos zelar pela natureza que nos rodeia e por toda esta fauna tão rica que herdamos dos nossos antepassados e a queremos legar aos nosso filhos. No dia em que tudo for extinto, todos nós deixaremos de existir.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Vice-presidente da organização Transparência e Integridade acusa o Parlamento de ser fonte de corrupção


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REPRESENTAÇÃO DIPLOMÁTICA DE PORTUGAL NO KUWAIT


Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco e Silva:

Nos termos do Decreto do Presidente Nº 24/2012, de 1 de Fevereiro, foi nomeado Embaixador de Portugal na "República (sublinhado meu) do Kuwait" o Ministro Plenipotenciário de Segunda Classe Jaime Vanzeller Leitão.

Pois bem: é altamente lastimável que os Serviços da Presidência da República não saibam que o Kuwait não é uma república, antes, isso sim, uma Monarquia!

E lastimável é também que um qualquer assessor//secretário//ou outra coisa qualquer, dos muitos que deambulam no Palácio da Ajuda, em suma, um qualquer Dr. Nunes Liberato, não tenha tido o cuidado de mandar corrigir o erro grosseiro que consistiu em dizer que um determinado país, que é uma Monarquia, é uma república!

Da parte de V. Exa., Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco e Silva, cidadão Português saído de Boliqueime, mas de quem Boliqueime não saiu, não estranho que não tenha dado pelo erro! Na Escola Comercial que V. Exa., ao que julgo saber, frequentou, essa era matéria mais do que provavelmente não leccionada e as suas posteriores qualificações académicas - contabilidade? ou economia (o que equivale a ciências ocultas)? ou finanças? (não sei bem quais sejam, tais suas posteriores qualificações académicas) - também não me parece que lhe tenham proporcionado uma tal gama de conhecimentos!

Para que lhe não subsistam dúvidas, transcrevo pois da "Wikipédia":

"O Kuwait é uma monarquia constitucional com um sistema parlamentar de governo, com a Cidade do Kuwait servindo como capital política e económica do país".
Refiro que me reservo o direito de divulgar esta minha mensagem.
Sem mais, subscrevo-me,

Miguel de Lucena e Leme Corte-Real

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quarta-feira, 11 de abril de 2012

A VERDADEIRA AMIZADE

Porque não poderão os Homens tomar como exemplo as atitudes dos animais? Talvez assim o Mundo fosse aquele Paraíso e que todos de mãos dadas pudessemos viver em Paz.

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quarta-feira, 4 de abril de 2012

O SILVA DAS VACAS


Algumas das reminiscências da minha escola primária têm a ver com vacas. Porque a D.ª Albertina, a professora, uma mulher escalavrada e seca, mais mirrada que uva-passa, tinha um inexplicável fascínio por vacas. Primavera e vacas. De forma que, ora mandava fazer redacções sobre a primavera, ora se fixava na temática da vaca. A vaca era, assim, um assunto predilecto e de desenvolvimento obrigatório, o que, pela sua recorrência, se tornava insuportavelmente repetitivo. Um dia, o Zeca da Maria "gorda", farto de escrever que a vaca era um mamífero vertebrado, quadrúpede ruminante e muito amigo do homem a quem ajudava no trabalho e a quem fornecia leite e carne, blá, blá, blá, decidiu, num verdadeiro impulso de rebelião criativa, explicar a coisa de outra forma. E, se bem me lembro ainda, escreveu mais ou menos isto:

“A vaca, tal como alguns homens, tem quatro patas, duas à frente, duas atrás, duas à direita e duas à esquerda. A vaca é um animal cercado de pêlos por todos os lados, ao contrário da península que só não é cercada por um. O rabo da vaca não lhe serve para extrair o leite, mas para enxotar as moscas e espalhar a bosta. Na cabeça, a vaca tem dois cornos pequenos e lá dentro tem mioleira, que o meu pai diz que faz muito bem à inteligência e, por não comer mioleira, é que o padre é burro como um tamanco. Diz o meu pai e eu concordo, porque, na doutrina, me obriga a saber umas merdas de que não percebo nada como as bem-aventuranças. A vaca dá leite por fora e carne por dentro, embora agora as vacas já não façam tanta falta, porque foi descoberto o leite em pó. A vaca é um animal triste todo o ano, excepto no dia em que vai ao boi, disse-me o pai do Valdemar "pauzinho", que é dono do boi onde vão todas as vacas da freguesia. Um dia perguntei ao meu pai o que era isso da vaca ir ao boi e levei logo um estalo no focinho. O meu pai também diz que a mulher do regedor é uma vaca e eu também não entendi. Mas, escarmentado, já nem lhe perguntei se ela também ia ao boi."

Foi assim. Escusado será dizer que a D.ª Albertina, pouco dada a brincadeiras criativas, afinfou no pobre do Zeca um enxerto de porrada a sério. Mas acabou definitivamente com a vaca como tema de redacção. Recordei-me desta história da D.ª Albertina e da vaca do Zeca da Maria "gorda", ao ler que Cavaco Silva, presidente da República desta vacaria indígena, em visita oficial ao Açores, saiu-se a certa altura com esta pérola vacum: "Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Este homem, que se deixou rodear, no governo, pelo que viria a ser a maior corja de gatunos que Portugal politicamente produziu; este homem, inculto e ignorante, cuja cabeça é comparada metaforicamente ao sexo dos anjos; este político manhoso que sentiu necessidade de afirmar publicamente que tem de nascer duas vezes quem seja mais honesto que ele; este "cagarola" que foi humilhado por João Jardim e ficou calado; este homem que, desgraçadamente, foi eleito presidente da República de Portugal, no momento em que a miséria e a fome grassam pelo país, em que o desemprego se torna incontrolável, em que os pobres são miseravelmente espoliados a cada dia que passa, este homem, dizia, não tem mais nada para nos mostrar senão o fascínio pelo
"sorriso das vacas", satisfeitíssimas olhando o pasto que começava a ficar verdejante"! Satisfeitíssimas, as vacas?! Logo agora, em tempos de inseminação artificial, em que as desgraçadas já nem sequer dispõem da felicidade de "ir ao boi", ao menos uma vez cada ano!
Noticiava há dias o Expresso que, há mais ou menos um ano e aquando de uma visita a uma exploração agrícola no âmbito do Roteiro da Juventude, Cavaco se confessou "surpreendidíssimo por ver que as vacas, umas atrás das outras, se encostavam ao robô e se sentiam deliciadas enquanto ele, durante seis ou sete minutos, realizava a ordenha"! Como se fosse possível alguma vaca poder sentir-se deliciada ao passar seis ou sete minutos com um robô a espremer-lhe as tetas!! Não sei se o fascínio de Cavaco por vacas terá ou não uma explicação freudiana. É possível. Porque este homem deve julgar-se o capataz de uma imensa vacaria, metáfora de um país chamado Portugal, onde há meia-dúzia de "vacas sagradas", essas sim com direito a atendimento personalizado pelo "boi", enquanto as outras são inexoravelmente "ordenhadas"! Sugadas sem piedade, até que das tetas não escorra mais nada e delas não reste senão peles penduradas, mirradas e sem proveito.
A este "Américo Tomás do século XXI" chamou um dia João Jardim, o "sr. Silva". Depreciativamente, conforme entendimento generalizado. Creio que não. Porque este homem deveria ser simplesmente "o Silva". O Silva das vacas. Presidente da República de Portugal. Desgraçadamente.


Luís Manuel Cunha in
«Jornal de Barcelos», 25 de Março, 2011.

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