O XUKALHO

Blogue para "axukalhar" as memórias...e não só.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

OMENS SEM H


Espantam-se? Não se espantem. Lá chegaremos. No Brasil, pelo menos, já se escreve "umidade". Para facilitar? Não parece. A Bahia, felizmente, mantém orgulhosa o seu H (sem o qual seria uma baía qualquer), Itamar Assumpção ainda não perdeu o P e até Adriana Calcanhotto duplicou o T do nome porque fica bonito e porque sim. Isto de tirar e pôr letras não é bem como fazer lego, embora pareça. Há uma poética na grafia que pode estragar-se com demasiadas lavagens a seco. Por exemplo: no Brasil há dois diários que ostentam no título esta antiguidade: Jornal do Commercio. Com duplo M, como o genial Drummond. Datam ambos dos anos 1820 e não actualizaram o nome até hoje. Comércio vem do latim commercium e na primeira vaga simplificadora perdeu, como se sabe, um M. Nivelando por baixo, temendo talvez que o povo ignaro não conseguisse nunca escrever como a minoria culta, a língua portuguesa foi perdendo parte das suas raízes latinas. Outras línguas, obviamente atrasadas, viraram a cara à modernização. É por isso que, hoje em dia, idiomas tão medievais quanto o inglês ou o francês consagram pharmacy e pharmacie (do grego pharmakeia e do latim pharmacïa) em lugar de farmácia; ou commerce em vez de comércio. O português tem andado, assim, satisfeito, a "limpar" acentos e consoantes espúrias. Até à lavagem de 1990, a mais recente, que permite até ao mais analfabeto dos analfabetos escrever sem nenhum medo de errar. Até porque, felicidade suprema, pode errar que ninguém nota. "É positivo para as crianças", diz o iluminado Bechara, uma das inteligências que empunha, feliz, o facho do Acordo Ortográfico. É verdade, as crianças, como ninguém se lembrou delas? O que passarão as pobres crianças inglesas, francesas, holandesas, alemãs, italianas, espanholas, em países onde há tantas consoantes duplas, tremas e hífens? A escrever summer, bibliographie, tappezzería, damnificar, mitteleuropäischen? Já viram o que é ter de escrever Abschnitt für sonnenschirme nas praias em vez de "zona de chapéus de sol"? Por isso é que nesses países com línguas tão complicadas (já para não falar na China, no Japão ou nas Arábias, valha-nos Deus) as crianças sofrem tanto para escrever nas línguas maternas. Portugal, lavador-mor de grafias antigas, dá agora primazia à fonética, pois, disse-o um dia outra das inteligências pró-Acordo, "a oralidade precede a escrita". Se é assim, tirem o H a homem ou a humanidade que não faz falta nenhuma. E escrevam Oliúde quando falarem de cinema. A etimologia foi uma invenção de loucos, tornemo-nos compulsivamente fonéticos. Mas há mais: sabem que acabou o café-da-manhã? Agora é café da manhã. Pois é, as palavras compostas por justaposição (com hífens) são outro estorvo. Por isso os "acordistas" advogam cor de rosa (sem hífens) em vez de cor-de-rosa. Mas não pensaram, ó míseros, que há rosas de várias cores? Vermelhas? Amarelas? Brancas? Até cu-de-judas deixou, para eles, de ser lugar remoto para ser o cu do próprio Judas, com caixa alta, assim mesmo. Só omens sem H podem ter inventado isto, é garantido.

Por Nuno Pacheco

Jornalista

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domingo, 25 de setembro de 2011

DESABAFANDO...


Bem eu tenho aqui que desabafar...tenho estado a seguir na Televisão Canal 1, um programa que está a ocorrer no Pavilhão Atlântico, Parque das Nações, sobre as riquezas agrícolas e não só do nosso Portugal. Sinto-me orgulhosa de ser filha de tanta riqueza cultural, este ano se Deus quiser irei, no fim do ano, passar com o meu filho a Moçambique, depois há que juntar dinheiro, se este Governo deixar, para visitar de norte a sul de este a oeste, os cantinhos mais recônditos deste Meu País e viver, beneficiar e partilhar com "As Minhas Gentes", tantos tesouros...Pena que tanta riqueza estivesse entregue há tantos anos em mãos de governantes tão incompetentes e usurpadores e mais não escreve... Acorda Portugal ainda estás a tempo...

AUTO ESTIMA

Auto-Estima acima de tudo!
Imagem do contribuinte em 2013

Não interessa o quanto o fisco te tenha depenado...
Importante é andar sempre de cabeça erguida!!

sábado, 24 de setembro de 2011

O bordado de Castelo Branco – Beira Baixa











Os Bordados Tradicionais de Castelo Branco, antigamente designados por “bordados a frouxo”, caracterizam-se por um desenho muito próprio, identificável quer pelos motivos que utilizam quer pela forma de os desenhar.

A designação de hoje dada aos bordados, “Bordado de Castelo Branco”, foi criado em pleno séc. XX e teve como resultado associar este bordado à região de Castelo Branco. Estes trabalhos são realmente mais abundantes na região da Beira Baixa, no entanto, podemos também encontrar alguns exemplares, ainda que em menor número, em todo o território nacional e mesmo na Estremadura Espanhola.

É possível atribuir os exemplares mais antigos ao séc. XVII.

Parecem ter tido como finalidade, suprir a necessidade de providenciar uma cobertura. A produção caseira, para consumo caseiro, de peças têxteis era o modo de produção normal e quotidiano das populações, a cargo das mulheres. O gosto em ornamentar o têxtil, quer ainda no tear, quer já depois de tecido e mesmo confeccionado, é provavelmente tão antigo quanto a tecelagem. A utilização dessas peças, talvez tenha ocorrido, numa primeira fase, em momentos de festividade e, numa fase posterior, passaram a integrar o quotidiano familiar.

Os Bordados de Castelo Branco sempre tiveram o seu maior expoente nas colchas, possuindo um aspecto simbólico.

As raparigas, em idade de casar, enfeitavam o seu leito com as colchas de grande decoração e policromia junto à janela que dava para a rua onde passaria o rapaz, para que este a visse e, possivelmente, ficasse impressionado e enamorado.

Se por um lado estas peças faziam parte do enxoval das raparigas em idade de casar, elas foram utilizadas num primeiro momento, especialmente em dias de festa, para posteriormente serem elementos que começaram a integrar o quotidiano familiar.

Ao longo dos anos, a arte dos Bordados de Castelo Branco sofreu influências orientais com a inclusão de motivos persas, da Índia e da China, mas também consideráveis influências da Renascença, do Barroco dos brocados e damascos, para além da inventiva popular.

Os motivos bordados possuem uma simbologia muito própria. O pássaro bicéfalo representa Duas Almas Num Corpo Só; as albarradas a Família; as árvores a Vida; os dois pássaros os Desposados; a coroa real o sinal da Autoridade Patriarcal e os encadeados, a cadeia indestrutível do casamento.

Assim, os Cravos alegorizam o Homem; as rosas a Mulher; os lírios a Virgindade; os corações o Amor; as gavinhas a Amizade; a hera a firme Afeição; os jasmins a Virtude; o galo a Virilidade; as romãs e as pinhas a união e a solidariedade indissolúvel da Família; as frangas e os galaripos a Prole bendita e os lagartos, o amuleto da felicidade sempre muito desejada.

Nos nossos dias este trabalho é preservado pela Escola de Bordados Regionais, incorporada no Museu Tavares Proença Júnior, que vê o passado destes bordados como um património de grande importância e o qual deve ser preservado. No entanto, considera que a oficina – escola do museu não deve situar-se apenas num papel de era copista da produção passada, mas deverá ser um ponto de partida para a expressão rústica dos artesãos contemporâneos, caso contrário esse imobilismo poderia provocar a morte lenta desta tradição. Existe ainda a preocupação de não se provocarem rupturas abruptas e sem enquadramento, nos casos das alterações nos pormenores dos desenhos.

Se pensarmos que a capacidade criativa e expressiva dos bordados de Castelo Branco nasceu das antigas bordadeiras, então não poderemos asfixiar a capacidade criativa das bordadeiras contemporâneas.

A actual oficina – escola aposta numa criação de bordados que sejam ao mesmo tempo renovados e de qualidade.

Técnica dos bordados de castelo branco

Os bordados de Castelo Branco são efectuados em tecido de linho com bordados a fio de seda frouxo, isto é, que não foi torcido, com a ajuda de um bastidor circular. Os aros são encontrados em diversos tamanhos e são acolchoados, possuindo um suporte para mesa ou chão.

Estica-se o tecido no bastidor com um guardanapo de papel entre a argola exterior e o bordado, para que o arco não marque o tecido.

O ponto que mais se aplica nos bordados é o cheio frouxo ou “ponto largo”, também designado ponto de Castelo Branco, que mais não é que uma variante do “ponto de oriente” ou da “Hungria” ou de “Bolonha”. Aparece em todos os trabalhos, mas predomina nos de carácter popular acompanhado de outros mais simples. Torna-se económico porque cobre apenas a superfície superior.

A bordadeira enfia a agulha por baixo e estende o fio até à extremidade oposta. Prende o fio e regressa ao ponto de partida. Num movimento de vai e vem, cobre a superfície que deseja bordar.

No avesso ficam apenas os pontarecos que prendem a seda. Terminada esta operação, lança fios paralelos que distam aproximadamente um centímetro dos outros, no sentido perpendicular ao bordado. Estes fios são presos por pontos espaçados de meio centímetro. Denominam-se prisões e aqui uma alusão ao casamento que é a prisão de dois seres que se amam.

Outros pontos mais complexos e alguns de origem oriental, vão enriquecer as colchas híbridas e em especial as eruditas.

Os pontos mais conhecidos são: frouxo, pé de flor, atrás, cadeia, espinha, lançado, lançado espinhado, margarida, recorte simples, recorte contrariado, galo, galo travado, galo com variantes, nó, embutido, fundo, matiz, formiga, asna, coroa, pena, grilhão.

A aplicação dos pontos depende do gosto da bordadeira que procura equilibrá-los de modo a formar uma textura agradável.

Escolhidos os motivos simbólicos que vão preencher o campo e a barra, faz-se o seu desenho em folhas de papel vegetal. Como as colchas são de simetria binária, basta apenas fazer um desenho de um quarto da colcha.

Numa mesa comprida ou no chão estende-se o linho de origem caseira. Antigamente o pano era riscado a tinta, hoje emprega-se o papel químico de preferência amarelo porque deixa marcas suaves.

Seis bordadeiras, três de cada lado, bordam o linho segundo as cores e os pontos escolhidos.

Terminado o bastidor, desmancha-se e enrola-se a parte bordada, ficando a outra livre para se continuar o trabalho. Assim se vai procedendo até ficar pronta.

É novamente estendida sobre uma mesa ou no chão para se verificar se há algum engano que seja preciso corrigir.

Num tear apropriado uma das bordadeiras tece ainda uma franja que é aplicada depois de a colcha ser passada a ferro.

O trabalho fica concluído com a aplicação de um forro de chita.

A colcha dá muito trabalho e as seis bordadeiras demoram um mês ou mais a executar.

Referência Bibliográfica:
Silva, Paulo Fernando Teles de Lemos, Bordados Tradicionais Portugueses, Dissertação de Mestrado em Design e Marketing - Área de Especialização em Têxtil, Universidade do Minho, 2006
Bordado de Castelo Branco. Catálogo de Desenhos. Colchas I,
Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, Lisboa, IPM, 1992
Do Blog Trajes de Portugal

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terça-feira, 20 de setembro de 2011

UMA SIMPLES HOMENAGEM A UM GRANDE MÚSICO

Pedro Osório.

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CARINHO MATERNAL

Entendo que não é preciso dar à luz para ser mãe, é preciso dar amor, carinho e acompanhar o decurso de qualquer criatura viva. Ora vejam:

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PROVA DO CURSO DE QUÍMICA

Um aluno que tira um 10 numa prova de química no meu entender bem merecia um 20 e quem sabe se mais além na vida não merecesse o prémio Nobel da Química? Ora leiam:

Pergunta: Qual a diferença entre SOLUÇÃO e DISSOLUÇÃO?

Resposta do Aluno: Colocar um dos POLÍTICOS PORTUGUESES num TANQUE DE ÁCIDO para que DISSOLVA é uma DISSOLUÇÃO. Colocar TODOS é uma SOLUÇÃO.

E completou:

- Se se Liofilizar, teremos o mais puro Extracto de Pó de Merda do Mundo.

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

GOSTO DE HOMENS


Um texto que merece a pena abrilhantar este meu blogue. Ana Santa Clara foi desta vez a seleccionada, bem ao sabor da sociedade em que estamos inseridos.

"Gosto de homens. O que, nos dias de hoje, não é nada conveniente. Safava-me muito melhor se gostasse de mulheres, mas nada posso fazer: é esta a minha natureza e nem a necessidade me fará mudar de gostos. Com esta introdução, já deverão ter percebido que sou uma solteirona – encalhada, independente, desesperada ou moderna, consoante o vosso ponto de vista (e o humor com que acordo de manhã).
Sou uma mulher sozinha, como existem hoje milhares de mulheres sozinhas, espalhadas por este planeta. Cada vez nascem mais mulheres, somos mais giras (os produtos, os truques, as roupas e as massagens a isso ajudam), somos independentes, temos a nossa carreira profissional, a nossa casa, o nosso carro e até já compramos as nossas jóias. Mas… não temos um homem! E, no final, isso é o mais importante, apesar de não gostarmos de o admitir.
E isto pela simples razão de que não existem homens! Ou, se preferirem, “os homens são como os parquímetros: os que estão disponíveis, é porque estão avariados!” E esta é a triste realidade de ser mulher no século XXI. São poucos os homens, e os bons já foram todos agarrados pelas sortudas. Os que sobram, ou são horrorosos e cheios de manias e tiques, pelo que ninguém os quer (mesmo com os nossos standards e exigências a baixarem de nível, a cada dia que passa), ou são gays.
Uma praga que tem invadido a sociedade portuguesa nos últimos anos com uma velocidade e uma competência impensáveis há pouco tempo (ai, há tão pouco tempo nem imaginava este árido cenário e tantos homens que desperdicei e deitei fora, que nem quero pensar, se não suicido-me já). Para onde quer que me vire, só vejo gays. E pior do que os gays, são aqueles que o são… e ainda não o descobriram! Ou, ainda pior, os maiores carrascos do ego feminino: os estupores dos bi’s: dão uma aqui e outra ali, fingem uma coisa e depois são outra, tipo o estupor do pêndulo. Então e nós? Ficamos com quê? Com outras mulheres? Chiça, logo eu que gosto do sabor de um Homem!"
Ana Santa Clara

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