ESTOU CERTA OU ESTOU ERRADA??
Foi a 1 de Janeiro de 1986 que Portugal entrou na CEE. Acreditou-se que com este grande passo haveria uma efectiva abertura económica e um aumento na confiança interna da população. O Estado pouco ou nada reformou, as clientelas do costume continuaram a engordar. Apesar de tudo avançou-se bastante em termos de concretização de muitos direitos sociais (habitação, saúde, educação…) as infra-estruturas começaram a renovar-se a bom ritmo.
Hoje 13 de Abril de 2011 e passados que são 25 anos eu uma simples dona de casa, reformada, pergunto-me se valeu a pena?? Não quero estragar os versos ao Pessoa mas debruçada sobre os problemas graves que assolam este pedacinho de terra à beira mar plantado e perante as dificuldades que a França e a Alemanha põe em assinar o cheque, concretizando o empréstimo monetário a Portugal, através do FMI, mais me questiono.
Exigem ao povo moderação, contenção dos gastos, impõe um desemprego desordenado a quem já nada tem de seu, nem perspectivas...enquanto tivemos que cortar nas nossas exportações agrícolas para a Europa e restringir as nossas fronteiras marinhas, obrigando o país, ora sem necessidades, a ter que importar estes bens ao estrangeiro, tudo muito bem, agora que o país está agonizante, até um tubo de soro é posto em questão e sem a aprovação estrangeira lhe será negado. Continuamos com uma justiça que da justiça só nos apercebemos da sua imagem esbelta de mulher com uma balança, de pratos equilibrados, que pesa não sei o quê, por certo o ar que nem respiramos porque a poluição nos obriga a carregar bilhas de oxigénio. E continuam impunes e sem julgamento, até que prescrevam, os casos BPN, BPP, Casa Pia e tantos outros que interessam a essas altas individualidades que se mantenham apagados...meu avô ensinou-me que o exemplo começa sempre por cima... onde é que anda esse substantivo que o não vejo em lado nenhum ou será que ceguei de vez??? Nunca é tarde para dizer a esses senhores, Basta, e relembro por fim de Ary dos Santos dois versos...serei tudo o que disserem: Poeta castrado Não... (Poeta Castrado, Não! - Lisboa, 1973).
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