O XUKALHO

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sábado, 30 de abril de 2011

Dia em Revista - Trovoadas e Granizo

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1 Comentários:

  • Às 30 de abril de 2011 às 09:43 , Blogger //*// disse...

    Estou farto do Barça

    da ponta das unhas dos dedos do pé até à raiz dos mais longos cabelos, farto da retórica à volta do Barça, farto da suposta superioridade romântica, estética e moral do Barça e farto da cegueira à volta do Barça.

    Que são a única equipa que quer ganhar; que eles sim, sabem jogar e os outros são uns cepos que têm ideias estranhas como, sei lá, de vez em quando experimentar um contra-ataque ou um passe mais longo; que nunca fazem faltas, aliás jogadores como o Mascherano nem vieram de clubes faltosos e duros como o Liverpool; que tratam bem a redondinha; que têm uma filosofia de jogo. Essa é a que eu mais gosto: uma data de energúmenos que se tivessem que ler um texto filosófico eram bem capaz de sofrer uma apoplexia nervosa defendem uma "filosofia".

    Porque o Barça, dizem, é diferente. Faz um futebol excitante. Nunca se sabe o que esperar. Por acaso eu sei sempre o que esperar: o primeiro passe sai para o Piqué, que ou faz um passe longo para a direita ou coloca no Busquets ou no Xavi. Se for no Busquets o Xavi abre a seu lado e ou o Messi ou o Iniesta vêm buscar enquanto os outros dois avançados rodam as posições. Depois é fazer circular até ao adversário a) aborrecer-se de morte (tal como eu) e adormecer (tal como eu) ou b) irritar-se (tal com eu ao vê-los) e ir à queima (eu preferia ir-lhes às pernas, ser irradiado e recebido em glória no meu bairro natal).

    O Barça, boa gente que não percebe nada disto, é tão excitante quanto um guião de filme pornográfico, tão entusiasmante quanto o relógio interno do cofre de um banco suíço. O que o Barça - o romântico, estético, moralmente superior Barça - faz é, curiosamente, levar ao extremo o que tanto critica aos outros: defender. O Barça defende-se guardando o mais que pode a bola, nunca arriscando um passe a mais de dois metros (excepto o Piqué, mas esse como não é anão consegue ver longe). Na realidade o romantismo do Barça é um pragmatismo feroz: trata-se de evitar o mais possível que o adversário tenha a bola e evitar o mais possível que o adversário esteja acordado.

    Mas o Barça tem a vantagem de querer atacar e nunca fazer faltas. O que por acaso é mentira. Se o Barça perde a bola há logo três dos seus anões a chutar as canelas do adversário. Mas como são anões nunca ninguém se lembra de lhes marcar falta. Por contágio, assassinos como Busquets e o Mascherano, imbecis como o Piqué e trogloditas como o Puyol escapam a qualquer punição.

    E se um jogador do Barça cai, o que é que acontece? Há onze anões a rodear o árbitro, a empurrá-lo, como se cada homem do apito fosse um Zé Pratas e cada um daqueles anões tivesse em si um Paulinho Santos. E isto sem que nunca nenhum deles veja um amarelo. Aliás, só há uma forma de um jogador do Barça ver um amarelo: declarar em notário que não se sente espanhol e que por si la roja ia para la madre que os los pario. De resto o Messi pode continuar a dar cotoveladas que nucna verá um amarelo.

    Só que o Barça é diferente. Não tem patrocínio nas camisolas, por exemplo. O que por acaso acaba para o ano e logo com um patrocínio muito bonito, muito moral.

    O Barça é diferente porque nunca largaria 100 milhões de euros pelo Ronaldo. Aliás, dizia o Xavi que o Ron não tinha lugar no Barça. O que é bonito. Excepto se nos lembrarmos que o Barça ofereceu 60 milhões pelo Ron, isto antes do Xavi fazer aquela declaração bonita, romântica e moral. Depois disso o Barça largou 50 milhões de euros mais o Eto'o num total de 70 pelo Ibrahimovic, após o que mandou este passear e largou 40 pelo Villa. O Barça da cantera não larga 100 milhões. Larga 110.

    A verdade é que o Barça é diferente. É um clube de desportistas. Que por acaso agridem adversários no túnel. E é liderado por um cavalheiro. Que sempre o foi, mesmo quando sob o efeito de nandrolona. Que é a substância que os cavalheiros - como ele - tomam - como ele tomava.

    Viva o romanismo estético dos exemplos da honestidade.

     

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