O XUKALHO

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domingo, 15 de maio de 2011

"HABEMUS" GOVERNADOR


Recebi esta nota não sei quem a editou mas achei-a muito interessante e sempre actualizada. É gente desta têmpera que este país precisa, que chame as coisas pelo nome e pegue os touros de caras.

Quando Vítor Constâncio abandonou prematuramente o Banco de Portugal, escrevi que havia três condições para que a escolha do seu sucessor desse certo: a idade (não ser muito jovem, para não se preocupar com a carreira pós-banco central), o mau feitio (não ter medo de tomar decisões… e implementá-las) e a credibilidade (ser respeitado). Carlos Costa, a avaliar pelo que tem feito no banco, está a mostrar que cumpre estes requisitos: em dez meses já fez mais do que Constâncio em dez anos.
A última intervenção de Carlos Costa foi uma pérola. Criticou os decisores políticos e os administradores públicos pelo descalabro financeiro em que o País caiu, coisa nunca vista em Portugal. Mas não ficou pela crítica, propôs soluções. Umas delas foi dizer que é preciso responsabilizar quem tomou as decisões que levaram o País à situação actual. A segunda foi sugerir a inclusão na Constituição da República de normas que sujeitem o endividamento público a limites estritos (uma espécie de schuldenbrense).
As críticas do governador, como era de esperar, não caíram bem no Governo (Silva Pereira recusou comentar as declarações). E é bem provável que irritem a oposição. Porque a má gestão das finanças públicas vem desde o primeiro governo constitucional, tendo-se agravado nos últimos 15 anos. Esperemos que o governador não se intimide com o que aí vem. O País precisa de gente com coluna vertebral e que chame os bois pelos nomes.
P.S. - O Governo já estragou a reputação dos certificados de aforro. Ao
condicionar os juros dos Certificados do Tesouro, parece querer fazer o
mesmo com um instrumento de poupança que tem apenas oito meses.

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